Comunicado Importante - 3 contos do blog serão publicados

É com muito orgulho que venho anunciar, que eu Debby Lennon e Sandra Franzoso iremos participar da antologia Jogos Criminais. A Antologia será lançada no dia 15/01/2011, Na Biblioteca Viriato Correa, situada a Rua Sena Madureira, 298 - Vila Mariana. Meus contos Anjo Perdido e Joana e Maria, já foram postados aqui no blog e agora está aperfeitoado e com mudanças no final,o mesmo acontece com o conto O Noivado da Sandra. Maiores informações em breve.

sábado, 11 de julho de 2009

On the road and far away (final)

By N.E.I.'.


Esta é a última parte do conto, espero que gostem. :)

* * *

Conversaram durante o trajeto, o interesse parecia mutuo, sorrisos e gracejos, entraram na cidade. Beijaram-se (no rosto), Steph desceu e seguiu seu caminho, Carlos retornou, agora a trilha sonora era rock´n´roll - Iron Maiden correndo solto -, Be Quick or Be Dead, a estrada estava escura, sinalização zero, somente os faróis. Carlos cantava com a música.

À frente uma bruma verde se formava, havia uma bifurcação a estrada, Carlos estacou, parou e ficou observando aquela bruma. Ela se movia, baixa e densa. Carlos estacionou o carro no bico da bifurcação e saiu. Seguiu a pé até o local, a bruma ainda se mexia, parecia se ampliar...e ele foi ao encontro, parecia hipnotizado ou enfeitiçado, aquela força da natureza era maior do que sua vontade de resistir.

Sons ao longe, sons surdos, ele já estava envolto pela bruma, andava com os braços para frente para não trombar numa árvore, a visão era quase zero, caminhava devagar, compassado, parecendo um zumbi. Os sons ficavam mais fortes, mas ainda estavam distantes, ele ouvia vozes, pareciam humanas, mas não reconhecia a língua. Pisou numa raiz, quase torceu o pé, mas nem mesmo a dor da torção lhe perturbou, continuou seguindo aqueles sons.

Na chácara, Débora começou a ficar inquieta com a demora do marido, ligava no celular, mas ninguém atendia, o celular estava no carro. A irritação crescia, mas não havia muito a fazer. Não havia para quem ligar, não havia carro e ninguém seria louco o suficiente para sair a pé da chácara, na escuridão, seguindo por uma estrada de terra riscada na mata fechada, sendo assim, ela foi tomar um banho e foi se deitar, ou tentar. Zeca e Mara ficaram na sala, vendo um filme e namorando. O sono estava distante, eles assistiam uma comédia romântica e se beijavam. Champanhe e morango sobre a mesa, mas pouco consumidos, estavam mais interessados um no outro. O tempo passava...

Carlos avistou um vulto, um vulto branco que lhe aguardava, não havia rosto, apenas um corpo semi-materializado, uma sombra branca, ou seja, um vulto branco se movendo na bruma. A mão estendida, aguardava por ele. Um vacilo, pequena hesitação, mas não sentiu medo, seguiu em direção e estendeu sua mão. Elas se encontraram e a bruma cessou.

Ele se encontrava numa clareira, rodeado por pessoas encapuzadas e descalças. Na verdade ele reconheceu logo onde estava: era um ritual druida. A questão era: como poderia um ritual druida em pleno interior de São Paulo? Não era, parecia, mas não era. Tratava-se de um ritual wicca, cuja sacerdotisa ele reconheceu pela silhueta, mesmo sob o manto: Stephanie!

Ela abaixou o capuz e sorriu para ele: - Então você recebeu meu recado, desde que desci do carro estou mentalizando sua vinda para cá, enviando sinais para testar o grau de percepção da sua mente, pelo visto eu acertei na escolha. Seja bem-vindo e junte-se a nós porque o ritual ainda não acabou. Sente-se em volta e observe.

Débora se debatia na cama, rolava de um lado para o outro, suava, a coberta incomodava, atirou longe o travesseiro, deitou-se ao contrário, se debatia. Mara e Zeca haviam adormecido na sala, no sofá-cama.

Findo o ritual, que não será detalhado aqui, regressaram pela mata, lado a lado, conversando sobre o que se passou naquela noite, Carlos interessadíssimo no que havia presenciado, na verdade agora ele entendeu que sua atração por Steph não era amorosa, mas sim fraternal. Eles tinham alguma ligação mental que não sabiam explicar, mas que era muito mais do que o sentimento homem-mulher, transcendia o carnal. Débora agora dormia profundamente, um sorriso em seus lábios, o semblante limpo e ronronava.

Regressaram à chácara, o dia ainda não havia amanhecido, se despediram e cada qual foi para seu quarto.

Carlos entrou, viu o casal de amigos abraçados na sala, desligou a tv, apagou a luz e foi para seu quarto. Tomou uma ducha rápida e se deitou, abraçando a esposa.

O dia seguinte seria maravilhoso, mais piscina, mais cerveja, mais picanha, e agora cada peça encaixada em seu lugar, harmoniosamente formando um pentagrama perfeito, com cinco pessoas, cinco pontas, todas iguais e ao mesmo tempo independentes e perfeitas.

FIM

* * *

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