Comunicado Importante - 3 contos do blog serão publicados

É com muito orgulho que venho anunciar, que eu Debby Lennon e Sandra Franzoso iremos participar da antologia Jogos Criminais. A Antologia será lançada no dia 15/01/2011, Na Biblioteca Viriato Correa, situada a Rua Sena Madureira, 298 - Vila Mariana. Meus contos Anjo Perdido e Joana e Maria, já foram postados aqui no blog e agora está aperfeitoado e com mudanças no final,o mesmo acontece com o conto O Noivado da Sandra. Maiores informações em breve.

sábado, 13 de junho de 2009

Toc...toc...

O suor escorria pelo rosto, os músculos estavam tensionados, quase a arrebentar, os braços levantados, até que...tudo escureceu ...

* * *

EXTRA, EXTRA: “vítima de assalto reage e esquarteja o assaltante”

Segundo a polícia, Bob – arquiteto, 42 anos – não soube explicar o que ocorreu. Segundo o que se relatou em seu depoimento, ele foi abordado pelo assaltante enquanto voltava para casa, levado até o beco e mantido sob a mira de uma pistola enquanto se despojava de seus pertences. Após entregar tudo que tinha ao assaltante, ele não lembra mais o que houve, até ser colocado dentro de um carro de policia.

Evidencias da perícia mostram que houve uma carnificina, o assaltante foi morto com diversos golpes de mão e, posteriormente, retalhado e mutilado com um objeto cortante que ainda não foi encontrado. O crime esta sendo encarado como legítima defesa, mas o estado do corpo pode modificar este quadro, claro esta que o uso de força foi muito acima do necessário para solucionar o problema.

Os médicos afirmam que, sob uma forte emoção, algo deve ter acontecido em sua mente, transformando o pacato e caseiro arquiteto numa fera agressiva e violenta. Maiores detalhes carecem de alguns exames e seus resultados.

* * *

Esta pequena ficção acima serve para introduzir um tema múltiplo, complexo e deverás interessante, ou seja, o lado negro da mente humana. O que se passa dentro de nossa mente e como ela reage (pode reagir ou não, dependendo de cada um) em determinadas situações, sejam estas situações decorrentes de uma forte emoção ou simplesmente resultados de doenças e/ou perturbações mentais.

Aqui vou escrever um pouco sobre alguns casos reais, mas o espaço será muito mais voltado para ficção e ensaios. Deixo bem claro que não sou profissional da área, portanto nada do que aqui for escrito deve ser utilizado como ferramenta científica, mas sim como um ensaio, uma pincelada minha sobre o que vejo, sinto e consigo transmitir.

Como início dos trabalhos, gostaria de indicar alguns autores que trabalham (ou trabalharam) muito bem este tema em suas obras, em menor ou maior intensidade:

- Howard Philips Lovecraft: este norte-americano que viveu durante a primeira metade do século XX escreveu pouco mais de sessenta contos, quase todos eles focados em dois temas que encaixam no nosso assunto: o primeiro é o sobrenatural (indizível), que permeia nossa mente tanto quanto nos fascina (atemoriza, ou ambos) aquilo que não compreendemos, ou que supostamente não existe (mas as pessoas temem assim mesmo), onde a loucura é recorrente e constante em suas diversas facetas; e o segundo vem na forma do mórbido, o horror gótico, o tema recorrente da morte, que sem dúvida cabe muito bem dentro da nossa conversa.

- Stephen King: norte-americano contemporâneo, provavelmente é o maior autor do gênero vivo, um dos mais importantes e lidos. Seus livros abordam o terror e suspense, mas em todos eles, ou quase todos, existe o componente psicológico dos personagens, a mente de cada um é dissecada, analisada e julgada (em alguns casos), o que nos traz um farto material de leitura sobre o tema.

Existem outros autores que eu poderia citar, desde o clássico Edgar Alan Poe até uma atualíssima Patrícia Cornwell, cada qual com maior ou menor relevância e sem emitir julgamento de mérito sobre cada estilo e seu resultado final, mas vou me ater somente aos dois acima.

Finalizo por aqui, quem desejar se contatar comigo, pode fazê-lo por aqui, no blog, ou via e-mail e Orkut.

E-mail: iazzetta@gmail.com
Orkut: http://www.orkut.com.br/Main#Profile.aspx?uid=2906395030086998422

Agradeço aos eventuais leitores e até a próxima semana.

N.E.I.’.

5 comentários:

Debora Gimenes disse...

Realmente a mente humana pode nos dotar de uma força que desconhecemos.

Jack Sawyer (Silvio A.P.Bernardo) disse...

Força sobre-humana ou a manifestação de uma outra personalidade que fica trancada dentro do comportamento "certinho" e libertada diante de uma situação de forte stress, como que obedecendo um aviso de auto-preservação.

Um abraço.

Sandra Franzoso disse...

Incrível! E podemos conviver com alguém anos e anos sem conhecer esse outro lado que pode ser 'libertado' ou não. vai saber...

Antonio Regly disse...

Como também não sou profissional da área e nunca me aprofundei nestes estudos, achei esta "pequena ficção" uma grande realidade, que reside na mente humana. Geralmente citadas (se correta ou erroneamente não sei) como lado obscuro da mente, desvio de personalidade ou mesmo demônios, em alguns momentos nos surpreendemos dizendo o desejando fazer coisas nos assustariam se fossem cometidas por outrem em a nossa frente.
Gostei do ensaio, porque retrata perfeitamente o que cada um de nós podemos fazer, ainda que pensemos que nos conhecemos tanto, que negaríamos sermos capazes de praticar tal atrocidade: na ficção, matar o ladrão seria legítima defesa. Mas o modo como aconteceu caractrizaria uma barbárie.
Colocando-me no lugar do arquiteto, vou contar um fato real que aconteceu comigo, que se me dissessem que um dia iria cometer tal ato chamaria a pessoa de louca, ou ficcionista.
Depois de reunir algumas economias, que já fora espoliada pela quebra do consórcio que pagava, consegui finalmente comprar um carro semi novo. Tive o prazer apenas de vê-lo na concessionária. Por não poder dirigir, pedi ao meu irmão que o pegasse para mim. No dia que ele foi buscá-lo fui internado às pressas. O carro entrava na garagem e eu saía na maca para a ambulância. Cerca de duas semanas depois pararam meu irmão numa falsa blitz e levaram o carro.
E aí, recebo uma visita no hospital e a pessoa teve a infeliz idéia de tocar no assunto: "pois é, né pastor, estou sabendo que levaram o seu carro". E inocentemente a pessoa mencionou que eu deveria orar pelos ladrões, que Deus me daria outro etc. Só me lembro de duas coisas: que comecei a dizer: orar? orar pelos bandidos que levaram o meu carro? que eu comprei com tanto sacrifício... e passei a dizer coisas horríveis acerca daqueles homens, que sequer cheguei a ver, pois quem os viu foi o meu irmão. Não disse nenhuma palavra chula, mas coisas terríveis, iguais ou piores à sua "pequena ficção". Foi tão sério que o meu visitante teve de chamar a enfermagem, que chamou o médico, que mandou me sedar, pois eu havia "surtado".
Perdoem-me a extensão do comentário, mas a mente humana é assim. Ainda que alguém quisesse me "inocentar", justificando que o surto foi devido ao longo tempo que passara internado (isso aconteceu quase ao final dos 320 dias de internação em 2006), eu afirmo que não. Foi num momento de ira e creio que se eu pusesse as mãos nos ladrões, naquele momento, teria feito como o arquiteto da história. Sentir-me-ia hipócrita se não contasse isso a vocês ou dissesse apenas que isso só aconteceria em ficção.
E.T.: eu sou do bem tá gente? E sou normal também... rs.

Bronca no Trombone disse...

Eu sempre digo que sou a melhor pessoa do mundo e a pior pessoa do mundo. Esse meu lado negro, graças a Deus, nunca foi usado e pretendo nunca usar, mas eu conheço o seu potencial. Ele é como uma bomba atômica. Às vezes, eu desfio, em pequenas doses, um pouco do lado sombrio da minha mente, com perguntas impertinentes e comentários irônicos e sarcásticos, mas isso só ocorre quando vejo uma injustiça diante de mim e me sinto impotente para mudar o quadro.

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