Comunicado Importante - 3 contos do blog serão publicados

É com muito orgulho que venho anunciar, que eu Debby Lennon e Sandra Franzoso iremos participar da antologia Jogos Criminais. A Antologia será lançada no dia 15/01/2011, Na Biblioteca Viriato Correa, situada a Rua Sena Madureira, 298 - Vila Mariana. Meus contos Anjo Perdido e Joana e Maria, já foram postados aqui no blog e agora está aperfeitoado e com mudanças no final,o mesmo acontece com o conto O Noivado da Sandra. Maiores informações em breve.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Por trás da décima porta


Parte dessa história é verdadeira e aconteceu comigo. Uma vez ou outra eu comentava com alguém mas nunca davam atenção. Até que um dia entrou em minha vida um amigo, que disse que acreditava e que com ele às vezes acontecia a mesma coisa. Hoje esse amigo está em Portugal e perdi o contato com ele.

Por trás da décima porta
Por Jack Sawyer
jack.sawyer@itelefonica.com.br
http://contosfantasticosdesial.blogspot.com


As pessoas estavam gritando. A grade do segundo andar do grande salão estava em chamas. Muitos estavam se atirando lá de cima, para acabarem sendo pisoteados pelos demais que, desesperados, tentavam achar a saída. Haviam várias portas numeradas com seguranças em todas elas. O estranho é que os seguranças estavam bloqueando as saídas, impedindo as pessoas em vez de de ajudá-las a sair. Algumas pessoas estavam em chamas. Eu assistia a tudo incapaz de fazer alguma coisa.
Acordei suando. De novo o mesmo sonho. Já há alguns meses esse sonho me perseguia. Era sempre o mesmo lugar, a mesma casa, as mesmas portas, os mesmos números. Não fazia idéia da razão desse sonho. Nunca tinha visto esse lugar.
Acordava sempre cansado e não rendia muito no trabalho e nem na escola.
Chega o final do ano e felizmente eu passei para o último ano do colegial.
Depois das férias de final de ano, havia parado de ter aqueles sonhos (ou melhor, pesadelos?), nem percebi quando parei de tê-los.
Quando voltamos das férias de julho, a galera sugeriu para irmos para alguma praia no final do ano, já que depois do colegial, cada um ia para um lado. Uns para faculdade, outros se mudariam e dificilmente nos veríamos de novo, pelo menos, não com a mesma freqüência. A idéia foi prontamente aceita.
Durante os meses seguintes, fizemos alguns contatos e decidimos ir para Cananéia. Em contato com a prefeitura local, eles cederam uma sala que ficaria inativa nas férias que poderíamos usar como alojamento.
Chega o final do ano. Todos passamos, mas não importava. Já tínhamos marcado o final de semana. Seria nosso último fim e semana juntos como colegiais. Saímos cedo e chegamos em Cananéia por volta das 11:00 h., nos trocamos e fomos para a praia. Nos divertimos bastante. Era uma praia tranqüila, com poucas pessoas. A noite fomos dar um passeio. Demos uma passada em uma lanchonete e ficamos lá por um tempo. Depois decidimos ir para uma danceteria.
Na verdade, eu não gosto muito desses lugares. Todo fechado com muita fumaça de cigarro, música muito alta e principalmente, muita gente. Sempre tive aversão com locais com muita gente, não que eu seja oclofóbico , mas é que é um empurra-empurra e fica difícil conversar, mas o pessoal ficava insistindo.
- Vamos lá, por nós.
- É. Só um pouquinho.
Eu não queria ser o estraga-prazer da turma e decidi ir com eles, mas era só por pouco tempo.
Chegamos lá e de fora dava para ver que era um grande casarão de época, estilo colonial todo branco com muitas portas duplas pintadas em azul. Logo se via que o local era bem badalado, visto que a fila para entrar era grande, mas antes que eu inventasse uma desculpa, meus amigos me seguraram, ressaltando que era só um pouquinho.
A música que escapava do casarão era agradável, estilo anos 80, não essa batedeira e letras sem sentido que tocam hoje. Fiquei em um canto tomando refrigerante enquanto o resto estava na pista de dança. Mas alguma coisa não estava bem. A seqüência musical não me era estranha. Não poderia ser um cd que eu tinha ouvido porque os DJs formavam sua própria “playlist”. Eu já poderia até adivinhar a próxima música. Quando olhei para cima e vi as pessoas dançando no segundo andar foi que caiu a ficha. Eu senti um frio na barriga e minhas pernas amoleceram. Encostei-me à parede tentando ordenar as coisas e comecei a prestar atenção nos detalhes. Lembrei-me dos sonhos que me atormentavam há um ano atrás. Estava tudo igual. Tentei localizar meus amigos, precisava sair dali. Comecei a andar pelos cantos, testando as várias portas. Estavam trancadas... como no sonho. Encontrei um deles e disse que ia embora dali. Ele concordou e rapidamente juntou todo mundo e saímos do casarão. Quando pisei na rua, olhei para trás e vi que tinha um número dez em cima da única porta que estava destrancada. Era o número do casarão, mas pra mim era mais um sinal. Ficamos por ali ainda algum tempo e felizmente nada aconteceu.
Vim a crer que o sonho que se repetia era uma espécie de premonição, sabe lá. Talvez eu fosse o catalisador dos acontecimentos e quando eu saí, quebrei a seqüência dos eventos impedindo uma catástrofe. Será? Quem pode dizer?
O bom disso tudo é que chegamos unidos e saímos unidos. Quando pedi pra sair, todos foram de acordo.
Não comentei nada com ninguém, pois certamente me taxariam de maluco ou que tinha tomado alguma coisa a mais. Mas a verdade é clara. Meu sonho talvez tenha salvado todos nós.

Jack

3 comentários:

Debora Gimenes disse...

Jack me avise quando tiver sonhos macabros comigo por favor. òtima história. beijos

Jack Sawyer (Silvio A.P.Bernardo) disse...

Pode deixar, pois a parte do sonho é verdade.

Bia Unruh disse...

Talvez uma lembrança de alguma outra época...

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