Comunicado Importante - 3 contos do blog serão publicados

É com muito orgulho que venho anunciar, que eu Debby Lennon e Sandra Franzoso iremos participar da antologia Jogos Criminais. A Antologia será lançada no dia 15/01/2011, Na Biblioteca Viriato Correa, situada a Rua Sena Madureira, 298 - Vila Mariana. Meus contos Anjo Perdido e Joana e Maria, já foram postados aqui no blog e agora está aperfeitoado e com mudanças no final,o mesmo acontece com o conto O Noivado da Sandra. Maiores informações em breve.

sábado, 20 de junho de 2009

Noite de loucuras

Noite de loucuras

By. N.E.I.’.

- Que peitos! – Marcos pensou, enquanto bebericava sua caipirinha.

Balada de sábado, toda semana Marcos estava lá, na mesma danceteria, tomando a mesma coisa, e porque não dizer, procurando a mesma coisa.

A busca era incessante, Marcos já tinha 27 anos, mas ainda não achara a mulher ideal, sua mulher idealizada. Procurava freneticamente desde a sua adolescência. No colégio não achou, na faculdade pensou ter achado, mas foi propaganda enganosa; no trabalho ele teve poucas chances, a loja onde ele era vendedor só trabalhavam homens, e era voltada ao público masculino, de modo que a esperança era sempre a noite de sábado, na balada.

Morena clara, olhos verdes (seriam naturais?), um corpo cheio e bem distribuído, pernas grossas na bermudinha, pés bem feitos, com unhas ao natural e, claro, aquela maravilha da natureza que enfeita a traseira de toda verdadeira mulher brasileira: um bundão! De fato, com aquele belo par de seios, era ela, ou a chance de ser era bem grande e valia qualquer risco. Marcos foi.

A primeira tentativa não foi bem sucedida, a inexperiência de anos de teoria com pouca prática cobrava o seu preço. A abordagem foi a mais ridícula possível, e Marcos retornou ao balcão vermelho, envergonhado e irritado pelo ocorrido: u par de sonoras gargalhadas de Jéssica e Claudia (a morena e sua amiga). Outra caipirinha, a noite estava começando, ele haveria de bolar um plano.

Fitou as duas por mais algum tempo, elas se requebravam na pista de dança, ora sozinhas, ora acompanhadas, o ritmo era de flashback, muito balanço e ginga. As duas se sentaram com dois rapazes numa mesa, foram se refrescar, tomar alguma coisa, flertar e descansar. De longe Marcos observava, olhos fixo, arregalados, torpes de paixão e ódio. Era ela, e seria dele.

Outra rodada na pista de dança e foram as duas ao toalete, hora de se refrescar, retocar a maquilagem, dar um tapa no visual, arrumar a roupa para ao final da festa. Saindo do banheiro, foram abordadas por Marcos. Ele estava armado, teriam que sair com ele da boate, e sem reclamações ou protestos. Aonde iriam? Marcos tinha um lugar. Era pequeno, frio, bem escuro, mas com uma bela cama preparada, preparada há anos...

A saída foi fácil, naquele horário, a maioria estava de fogo, entrando e saindo, de modo que ninguém percebeu a saída daquelas três pessoas bem juntinhas, era normal, como saber se não era mais um trio partindo para uma suruba? Era normal, absolutamente corriqueiro por lá. Entraram no carro de Jéssica e tomaram o caminho indicado por Marcos, em breve estariam lá, não era longe, vinte minutos bem acelerados na BMW zerada de Jéssica.

Chegaram. A rua era bastante clara, iluminada, nem parecia uma rua de São Paulo, onde a prefeitura anda economizando nas luzes, deixando a cidade às sombras, a casa era pequena, com uma entrada bem escondida e sem garagem. Entraram. Lá dentro Marcos amarrou Claudia, que tinha entrado na aventura apenas por azar, uma vez que o verdadeiro objeto do desejo era Jéssica, a mulher ideal, procurada por anos e finalmente encontrada. Era ela, não havia dúvidas.
Uma vez amarrada Claudia, Jéssica não seria páreo para Marcos, de modo que ele não precisava mais de arma, poderia descartá-la e iniciar a corte. Foi até a parte de cima do sobrado e trancou a arma numa escrivaninha, escondendo a chave. Claudia estava lá, amarrada e amordaçada.

Desceu, Jéssica estava sentada no sofá, calmamente olhando para a escada, aliás, todo o processo foi muito calmo, nenhuma das duas reclamou, protestou, chorou ou gritou. Seguiram as instruções como se fosse um roteiro predeterminado, muitas vezes treinado e executado. Marcos estava adorando, parecia que Jéssica não estava lá contra sua vontade, mas sim em seu próprio domínio da situação, feliz e, aparentemente sorridente.

Marcos senta-se próximo a ela no sofá, olha em seus olhos, vê beleza e desejo, acaricia seus cabelos, ela sorri, um abraço correspondido, uma declaração inocente de amor, com juras e palavras banhadas a lágrimas, toda aquela espera havia terminado, ele achara a mulher ideal, o seu objetivo de vida, e parecia que este amor era correspondido, entendido, vivido e sentido em toda sua emoção.

Puxou uma perna para cima, descalçou as sandálias e iniciou uma massagem lenta, tímida e desajeitada no pé direito dela, apertava os dedos, ela fechada os olhos, a madrugada estava apenas começando...abaixou-se para um beijo naquele pé de deusa, mordiscou os dedinhos, subiu pelo peito do pé e começava a explorar os tornozelos...quando sentiu uma forte pontada nas costas, a região dos rins parecia em brasa!

Virou o rosto e se deparou com uma Jéssica mudada, as feições duras, malévolas, aqueles olhos de esmeralda fixos nele, na mão esquerda um punhal sujo de sangue. Suas costas doíam, sentia o formigamento nas pernas e sua camisa se empapando de sangue.

Num gesto brusco, Jéssica o jogou ao chão, ele caiu e rolou para não bater as costas. Tentou se levantar, mas as pernas não obedeciam, estavam dormentes, caiu novamente. Olhava apavorado para sua mulher ideal, sua deusa desejada, não entendia como isso tinha acontecido.

Jéssica se levantou, punhal na mão e aproximou-se dele, dizendo: “desta vez foi mais fácil do que parecia, normalmente não é difícil para Claudia e eu levarmos um cara para uma festinha prive, a grande maioria não resiste quando falamos que queremos experimentar uma aventura a três, mas você acabou fazendo o serviço por nós, nos poupou do risco que correríamos, quero lhe agradecer por isso, seu idiota!” E a risada insana percorreu a casa toda enquanto ela subia para desamarrar a amiga.

Marcos tentou se arrastar até a porta, ele tinha as chaves no bolso, quem sabe poderia tingir a rua, mesmo se arrastando. As costas doíam, as pernas adormeceram, mas pareciam que estavam sendo moídas a cada esforço para se arrastar, uma trilha de sangue o seguia pelo trajeto.

“Onde você vai querido? Vai sair sem suas duas gatinhas?” Elas já estavam embaixo, sua mão ainda não havia tocado a maçaneta, era o fim da linha.

“Você queria uma festinha, você terá uma festinha, somos suas pela noite toda, e é bom você dar conta de nós duas, porque se você não conseguir e falhar...ZAS...eu corto fora!”

Agora o pesadelo de Marcos havia começado, ele teria na cama sua deusa e mais uma amiga, transar com duas mulheres ao mesmo tempo: o desejo de 10 entre 10 homens, restava apenas saber se depois de todo aquele terror, e ferido, ele daria conta daquela madrugada recheada...ou se ele seria uma nova pessoa no dia seguinte, provavelmente com alguma coisa a menos no corpo...

F I M

5 comentários:

Leandro Zayd disse...

Daria um bom curta metragem trash :D
Vale destaque --> "transar com duas mulheres ao mesmo tempo: o desejo de 10 entre 10 homens (heteros)"

Sandra Franzoso disse...

Caramba, Nei!
Parabéns, muito criativo. Surpreendente!
Bom nunca falar com estranhos, se bobear, nem com conhecidos ahahahahaha.

Jack Sawyer (Silvio A.P.Bernardo) disse...

Boa Nei. Eu estava imaginando outro final, mas gostei desse também

N.'.E.'.I.'. disse...

Jack,

Eu só tinha a idéia que me veio à mente (inicial) no começo da semana, sentei e deixei correr solto, no decorrer da história diversos finais e desfechos me passaram, mas deixei este, até porque não queria que ficasse muito comprido (e achei interessante), conto de blog comprido menos gente lê (fica melhor em lvro). :)
[]s

Debora Gimenes disse...

N.E.I
Nossa acho que um dos melhores contos que li até o momento na internet. Valeu a pena. beijooooooooos

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